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Foto: Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem |
Em delação premiada, o diretor da JBS Ricardo Saud afirma ter
negociado propina para as campanhas de Eduardo Campos, falecido em 2014, e Paulo Câmara, ambos do PSB.
Ainda de acordo com o
delator, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, o governador Paulo Câmara e um
homem chamado Henrique, eram mandados por Eduardo para tratar de propina.
“Exatamente no dia que ele
faleceu [Eduardo], eu estava com o Henrique que era a pessoa dele que ele
mandava… Ou o Henrique, ou o Paulo Câmara ou o Geraldo Julio para ir lá tratar
da propina”, afirma Saud.
O delator contou ao
Ministério Público Federal (MPF) que foi procurado por Geraldo Julio, após a morte de Eduardo, pedindo para que fosse
honrado o
pagamento do que havia sido negociado com Eduardo.
“Com a morte do Eduardo, o
Paulo e o Geraldo me procurou e disse que tinha que honrar o pagamento para ganhar a eleição em
Pernambuco em homenagem
a Eduardo”, disse Ricardo Saud. “Aí chegamos ao meio termo de pagar o total e
ainda dar uma propina ao Paulo Câmara em dinheiro vivo lá em Pernambuco”,
completou.
Assista a delação de Ricardo Saud (vídeo abaixo)
Ricardo Saud afirma que trabalhava com propinas para três
campanhas de candidatos à Presidência em 2014: a de Dilma Rousseff (PT),
Aécio Neves (PSDB) e
Eduardo Campos (PSB). Na delação, Ricardo afirma que estava empolgado com o
pernambucano, pois era “um cara novo, de futuro”.
“A gente estava
trabalhando com a Dilma, com propinas para Dilma, com o Aécio e com o Eduardo
Campos e estávamos muito empolgados com a candidatura do Eduardo, estivemos com
ele, o Paulo Câmara o Geraldo Julio. Um cara novo de futuro e decidimos
investir nele e colocamos um limite para iniciar. Disse a ele: nós vamos deixar
15 milhões de propina, se você começar a crescer a gente vai te alimentando,
melhorando isso aí e depois a gente acerta se você ganhar. E isso foi
feito”.
O delator conta que
Eduardo indicou o Henrique e o dono da JBS, Joesley Batista, indicou o próprio
Ricardo para tratar de valores para o socialista.
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Foto: Guga Matos / JC Imagem |
Ele
ainda cita que o senador pernambucano Fernando Bezerra Coalho foi “beneficiado” na época em um R$ 1 milhão. “Começamos a
pagar e a primeira coisa
que fizemos é que se ele fosse crescendo, iríamos fazer o investimento que
fizemos no Aécio. Aí fizemos R$ 14.650 milhões em pagamentos através de notas
fiscais avulsas e pagamentos em espécie. Depois R$ 210 mil em 27/06/2014 para a
HNJ consultoria que é do próprio Henrique e R$ 1 milhão para Arcos que é
do André Gustavo. A Arcos foi apresentada pelo Fernando Bezerra que era
candidato ao Senado”, disse.
Em nota, Fernando Bezerra
Coelho diz que as afirmações do delator “não correspondem à verdade”. “A defesa do senador, representada
pelo advogado André
Luiz Callegari, afirma que todas as doações para a campanha de Fernando Bezerra
Coelho ao Senado foram devidamente declaradas e aprovadas pela Justiça
Eleitoral. A defesa do parlamentar, que não teve acessos aos referidos autos,
repudia as declarações unilaterais divulgadas e ratifica que elas não
correspondem à verdade”, diz a nota divulgada pela assessoria de FBC.
Na oposição, o deputado
Alvaro Porto, do PSD, gravou uma mensagem nas redes sociais cobrando que o governador Paulo Câmara desse
explicações aos pernambucanos.
O parlamentar, que está na base de sustentação de Paulo Câmara na Alepe, disse
que o governador chegou a cobrar uma explicação de Temer, na véspera,
comentando os escândalos do cenário nacional.
“Seu aliado e prefeito do
Recife, Geraldo Júlio, em entrevista pela manhã pediu a renuncia de Michel
Temer. Mas em delação premiada, o diretor da JBS, Ricardo Saud, afirma ter pago
também 15 milhões em propina para Eduardo Campos, Paulo e Geraldo. E agora
governador? Chegou sua vez de dar explicações ao povo pernambucano. Faça
melhor, siga o conselho do seu colega de partido e renuncie!”, declara o
parlamentar.
Respostas:
Paulo Câmara
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Foto: José Cruz/ Agência Brasil |
“Venho repudiar, veementemente, a exploração
política do depoimento do delator Ricardo Saud, que, já antecipo, não
corresponde à verdade. Não recebi doação da JBS de nenhuma
forma. Nunca solicitei e nem recebi recursos de qualquer empresa em troca de
favores. Tenho uma vida dedicada ao serviço público. Sou um homem de classe
média, que vivo do meu salário.
Como comprovará quem se
der ao trabalho de ler o documento que sintetiza a delação, o próprio delator
afirma (no anexo 36, folhas 72 e 73) que nas doações feitas ao PSB Nacional
“não houve negociação nem promessa de ato de ofício”, o que significa que
jamais houve qualquer compromisso de troca de favores ou benefícios. Desta
forma, é completamente descabido o uso de expressões como “propina” ou
“pagamento”.
Reafirmo a Pernambuco e ao
Brasil que todas as doações para a minha campanha foram feitas na forma da lei,
registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”.
Paulo Câmara
Governador de Pernambuco
Governador de Pernambuco
Geraldo Júlio
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Foto: Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem |
“Diante da menção ao seu nome por um dos
delatores da JBS, divulgada hoje pela imprensa, o Prefeito Geraldo Julio repudia
veementemente as acusações e
esclarece que nunca tratou de recursos ilegais com essa empresa ou com qualquer
outra. O próprio documento divulgado pela justiça registra que as doações
feitas a campanha nacional do PSB não foram por troca de favores. Todas as
doações recebidas pelo partido foram legais.”
Geraldo Julio
Prefeito do Recife
Prefeito do Recife
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